O snowboarding adaptativo é um esporte ligeiramente modificado, com equipamentos, regras e regulamentos técnicos adaptados para permitir que pessoas com deficiências físicas pratiquem o snowboard e compitam. Os primeiros passos para a criação do snowboarding adaptativo foram dados no Canadá: sob a Federação Canadense de Snowboarding, foi desenvolvido um programa especial para o desenvolvimento do esporte.
As competições de para-snowboarding são realizadas para pessoas com limitações físicas: lesões na medula espinhal, paralisia cerebral, amputação, deficiência auditiva ou deficiência visual. A avaliação é organizada por classes, levando em conta as limitações funcionais dos praticantes de snowboard.
História do esporte
Para-snowboarders do Canadá e dos Estados Unidos uniram forças para desenvolver o esporte internacionalmente em 2006 com o objetivo de torná-lo uma modalidade paraolímpica. Desde então, o esporte cresceu rapidamente. A primeira Copa do Mundo de Snowboarding Adaptativo foi realizada em março de 2008 em Whistler (Canadá), e atletas de 9 países já participaram da Copa do Mundo Internacional de 2010-2011. Em 2014, o esporte foi incluído no programa dos Jogos Paraolímpicos de Inverno.
Competições
A competição de para-snowboard é uma competição de velocidade de slingshot em uma pista de snowboard cross e consiste em três baterias individuais para cada competidor. A pista usada é a mesma de outras competições de snowboard em nível regional. O resultado é calculado como a soma do tempo mostrado nas duas melhores baterias multiplicado pelo coeficiente correspondente à classe do atleta. Com base nos resultados finais (ajustados pelo coeficiente), os vencedores das três categorias – Standing (STA), Seated (SIT) e Visually Impaired (VI) – são determinados separadamente para homens e mulheres.
Percurso: a diferença de altura no percurso deve estar entre 100 metros e 240 metros. As mesmas pistas são usadas para as corridas masculina e feminina. O comprimento recomendado do percurso ao longo do declive deve ser entre 400 e 600 metros, com um tempo de percurso de 40 a 70 segundos. O gradiente médio é de 14° a 18°. A largura da pista deve ser de pelo menos 40 metros. Uma pista ideal para o cross de para-snowboard permite que você coloque nela as seguintes figuras: curvas (em forma de foice), curvas duplas, rolos de trampolim simples, duplos ou triplos, rolos de cruzamento (simples, duplos, triplos etc.), pequenos saltos sem trampolim. Outros obstáculos na pista podem ser construídos, mas sempre levando em conta a segurança dos atletas. Em nenhum caso são permitidos saltos com visão limitada da área de aterrissagem. Os obstáculos devem ser construídos de forma que os competidores possam ganhar velocidade e não frear na frente deles.
Se os atletas com deficiência visual estiverem competindo, deverá ser criada uma rota alternativa por motivos de segurança, instalando portões para contornar áreas potencialmente perigosas. Os atletas com deficiência visual devem ser assistidos por um líder que deve estar sempre à frente e dar comandos pelo microfone. Uma exceção pode ser a seção do percurso entre o último portão e a linha de chegada, caso o snowboarder ultrapasse o líder.
Classificação
Foto paralympic.org.au
Há três categorias principais de para-snowboarders: atletas em pé, sentados e com deficiência visual, que são divididos em classes que combinam atletas com aproximadamente as mesmas limitações funcionais. A classificação é feita de acordo com os mesmos critérios usados no esqui alpino. A classificação dos atletas é feita por classificadores da Federação Mundial de Snowboard (WSF) especialmente preparados
Categoria de atletas em pé
- SB 1 – Deficiência profunda em ambas as pernas. Amputação bilateral acima do joelho, ou fraqueza muscular com um máximo de 35 pontos com uma norma de 80 (SB1-1) ou paralisia cerebral grave a moderada (SB1-2);
- SB 2 – Deficiência profunda de uma perna: amputação acima do joelho ou no joelho com isolamento da articulação do joelho; ou fraqueza muscular com pontuação máxima de 20 pontos com uma norma de 40;
- SB 3 – Lesão em duas pernas. Amputação bilateral abaixo do joelho, no mínimo até o meio do pé. Ou fraqueza muscular com pontuação máxima de 60 pontos, com uma norma de 80 (SB3-1) ou paralisia cerebral (SB3-2);
- SB 4 – Afetando uma perna: amputação abaixo do joelho, no mínimo até o meio do pé, ou fraqueza muscular de no máximo 30 pontos com uma norma de 40, ou articulação do joelho ou quadril imóvel;
- SB 5 – Afetando ambos os braços. Amputação bilateral dos braços acima do cotovelo (SB5-1), ou um braço acima e o outro abaixo do cotovelo (SB5-2), ou amputação de ambos os braços abaixo do cotovelo, minimamente através da mão (SB5-3). Ou, em todas as três subclasses, fraqueza muscular ou dismelia de graus variados;
- SB 6 – Amputação ou outras lesões em um braço. Acima do cotovelo (SB 6-1) ou abaixo do cotovelo (SB 6-2). Fraqueza muscular de graus variados ou dismelia em ambas as subclasses;
- SB 9 – Lesão de uma extremidade superior e de uma extremidade inferior. Lesão de um braço e amputação de uma perna acima do joelho (SB 9-1), ou lesão de um braço e amputação de uma perna abaixo do joelho (SB 9-2).
Categoria de atletas sedentários
- SB10 – Paralisia de ambas as pernas e falta de equilíbrio do tronco;
- SB11 – Paralisia parcial de ambas as pernas e falta parcial de equilíbrio do tronco;
- SB12 – Paralisia parcial de ambas as pernas e bom equilíbrio de tronco.
Os atletas com deficiência visual são classificados de acordo com critérios geralmente aceitos
- B1 – ausência total de visão;
- B2 – acuidade visual de 20/60;
- B3 – acuidade visual entre 20/60 e 6/60.
Atletas com deficiência auditiva
As competições diferem apenas pelo fato de não usarem efeitos de sinalização audível, como o apito da pistola de sinalização ou o apito do árbitro, mas sim efeitos de sinalização visual. Durante os testes de competição, os atletas são proibidos de usar aparelhos auditivos e outros dispositivos que possam melhorar ou modificar a audição. As Surdolimpíadas (Deaflympics, do francês sourd – “surdo”) são competições esportivas de alto nível organizadas para atletas com deficiência auditiva (até 2001 – Jogos Mundiais de Surdos, também anteriormente – Jogos Internacionais de Surdos).
Os primeiros Jogos Mundiais de Surdos foram realizados em Paris em 1924 e, desde então, a competição tem sido realizada a cada quatro anos, exceto durante a Segunda Guerra Mundial.
Em janeiro de 1949, os 1ºs Jogos Internacionais de Inverno de Surdos foram realizados na Austrália, com a participação de 33 atletas de cinco países.
Snowboarding – apareceu pela primeira vez nos Winter Deaflympics em 1999, em Davos, como um tipo de demonstração do programa, e em 2003, na cidade sueca de Sundsvall, como participantes plenos das competições. Na Rússia, o snowboard surdolímpico vem sendo desenvolvido desde 2008, e já houve um progresso significativo.